sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Estante de Poesias Especial | 7 de Setembro




7 de setembro de 1822. Dom Pedro I proclama a independência do Brasil. Polêmicas a parte, esse é o dia em que o Brasil sai do cenário colonial e surge como um verdadeiro país independente. Hoje, 190 anos depois, o Livros & Cinema homenageia esse episódio tão importante na nossa história. Um dia criticado por muitos, porém não se pode negar sua importância em nossas vidas atualmente. Sabendo disso, trago a vocês o primeiro Estante de Poesias Especial: 7 de setembro! Uma poesia de Oliveira Ribeiro Netto chamado Poema da Independência vai retratar a história do Brasil em poucas palavras. Tenho certeza que não é necessária nenhuma outra explicação. Viva a liberdade!


Poema da Independência


O português veio de longe, de terras de além-mar,
e trouxe uma cruz de sangue nas velas cor de luar.
Ele era velho, mas tinha a alma forte,
e várias vezes afrontara a morte
nas incursões dos mouros pelo seu pais.
Tinha no sangue a nobreza dos cavaleiros d’EL Rei Don Luiz.
O acaso o trouxe num veleiro,
e ele viu que sob a proteção doirada do cruzeiro
uma cabocla vivia entre a folhagem,
livre como o vento ou como o jaguar selvagem
nas suas correrias pelo campo em fora,
coroada de penas de tucano cor de aurora,
os membros de bronze banhados de luz.
E ele via que a forca do seu arcabuz
era maior que a da flecha emplumada da aljava,
e pos nos punhos morenos algemas de escrava.
E a cabocla, ao toque do boré,
nas noites de luar não pode mais dançar a puracé,
e nem correr pelos bosques bravios,
nem investir contra a fúria dos rios
na piroga que ela governava.
O Branco dissera: Tu és minha escrava!
E o eco afirmara : escrava… escrava. . ..
Para o português eram os melhores frutos que colhia,
as pepitas de ouro que ela descobria,
toneladas sangrentas de pau-brasil,
diamantes de luz e safiras de anil.
Para ele a beleza, a força, a agilidade:
A velhice dominando a mocidade.
Mas com o tempo nos músculos de bronze cresceu a resistência,
quebraram-se as cadeiras, raiara a independência!
A índia era livre, as terras de norte a sul
eram dela! A Guanabara azul,
os lençóis verdes dos pampas,
os cafezais paulistas, as rampas
recheadas de ouro das serras mineiras,
as praias do norte eriçadas de palmeiras,
ondulações verdes de canaviais,
quilômetros e quilômetros de cúpulas verde-amarelas de ipês e seringais,
Alvoradas vermelhas, tardes cheirando a flor,
tudo era dela! A Liberdade!
O seu primeiro anseio de nacionalidade,
a Liberdade, o seu primeiro amor!
Oliveira Ribeiro Netto


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