Na última Estante de Poesias, descartando o especial de 07 de setembro, tivemos a inesquecível poesia de Gonçalves Dias, 'Canção do Exílio'. Hoje, como uma sequência, teremos uma poesia de Oswald de Andrade, autor modernista do começo do século XX, que fez história com seu caráter revolucionário característico dos autores da semana da arte moderna. Em sua poesia 'Canto de Regresso à Pátria, Andrade parodiou a obra-prima de Gonçalves Dias deixando claro seu tom crítico.
Canto de Regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Oswald de Andrade
Embora com muitas semelhanças em relação a 'Canção do Exílio', é possível perceber as mudanças que ocorreram no período entre os dois momentos literários. Agora no século XX, estamos às portas da industrialização, e o progresso chega até o Brasil, mais precisamente até São Paulo. Oswald de Andrade também exemplifica novas riquezas do Brasil, como a terra, o ouro, e o próprio progresso que aqui chega. Sem dúvida uma grande obra do Modernismo Brasileiro, 'Canto de Regresso à Pátria' retrata incrivelmente uma parte da história da nossa cultura.
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